Um passado presente Feira Livre de Rio Real BA

O Brasil e a Idade Média

Segundo Sérgio Buarque de Holanda, no seu livro Raízes do Brasil onde fala sobre valores medievais no Brasil que estão presentes em certas manifestações da vida brasileira, a permanência de uma Idade Media presente, por resultarem de uma continuidade histórica, explicita ou latente, de longa duração. São frutos de nossas raízes medievais no nível político, institucional, econômico, social, cultural, religioso e mental. E entre essas manifestações cabe destacar as feiras livres que são reflexo da medievalidade herdada da península Ibérica.

As feiras medievais

As feiras são uma das instituições mais curiosas do período medieval. A função consistia em trocas em trocas comerciais realizadas entre produtores, consumidores e distribuidores, em locais e prazos determinados. As feiras são fenômenos econômicos sócios muito antigos e já eram conhecidas dos Gregos e Romanos. Entre os romanos, por causa das implicações de ordem publica que as feiras tinham, estabeleceu-se que as regras de sua criação e funcionamento dependiam da intervenção e garantia do estado. O papel das feiras tornou-se verdadeiramente importante a partir da chamada revolução comercial, ou seja, do século XI.

A feira livre contribuiu para a formação da cidade

Segundo as fontes de tradição oral a feira livre de Rio Real-BA foi o marco principal pra a formação da cidade.

Na região onde hoje é a cidade não existiam estradas e sim pequenas varedas onde as pessoas trafegavam montadas a cavalos e mulas, essas pessoas eram tropeiros viajantes que transportavam mercadorias da capital para o sertão.

Na localidade de Rio Real que na época era povoado da cidade de Itapicuru-Ba cidade hoje distante 40 km. Existia um brejo de águas limpas onde os tropeiros viajantes paravam para descansar e alimentar seus animais.

As margens do brejo acabaram virando ponto de encontro dos tropeiros que passaram então a trocar suas mercadorias e a chamar o local de Brejo Grande, com o passar do tempo foi aumentando comercialização o que atraiu pessoas da cidade de Cristinapolis-SE que traziam madeira para trocar aqui foi então que construíram uma barraca como ponto comercial e a localidade passou a se chamar então a localidade de Barracão.Logo após por conta do rio que faz divisa com o estado de Sergipe e Bahia a cidade passou a ser chamada de Rio Real.

Miscelânea de produtos

No Brasil desde o período colonial as feiras fazem presente como importante tradiçao cultural Ibérica.Na cidade de Rio Real a feira desempenha um papel importante no abastecimento urbano e para o rural possibilitando vender suas produções adquirindo assim outros generos, gerando uma relação entre cidade e campo.Apresenta uma miscelânea de produtos.

A religiosidade portuguesa e africana

O Brasil é um país religiosamente diverso, com a tendência de mobilidade entre as religiões.Costumes herdados pelos portugueses e pelos africanos.Na feira livre de Rio Real esse costume é bastante visível nas barracas de imagens e ervas medicinais.

Literatura de Cordel na feira livre de Rio Real

Literatura de cordel é um tipo de poesia popular, originalmente oral, e depois impressa em folhetos rústicos ou outra qualidade de papel, expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome que vem lá de Portugal, que tinha a tradição de pendurar folhetos em barbantes.
São escritos em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, o mesmo estilo de gravura usado nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores.
A história da literatura de cordel começa com o romanceiro luso-espanhol da Idade Média e do Renascimento. Inicialmente, eles também continham peças de teatro, como as de autoria de Gil Vicente (1465-1536).Foram os portugueses que trouxeram o cordel para o Brasil desde o início da colonização. Na segunda metade do século XIX começaram as impressões de folhetos brasileiros, com características próprias.